sábado, 6 de junho de 2009

Conquista do Morro Itapiroca

Conquista do Itapiroca

Morro Itapiroca

O Pico Itapiroca é a quinta montanha mais alta da Região Sul do Brasil com 1805 metros de altura.

É uma formação rochosa de granito e gneisse, entre o município de Antonina e Campina Grande do Sul, no conjunto de serra chamado Ibitiraquire.

Como chegar

Partindo da cidade de Curitiba pela rodovia BR-116 em direção ao estado de São Paulo, passa-se pelo posto de combustível ‘Tio Doca’, nas proximidades do quilômetro 47 da rodovia.

Logo em seguida há uma ponte que passa sobre o rio Manuel José.

Antes de chegar na segunda ponte, sobre o rio Tucum, mais à frente, há um acesso de estrada de terra à direita.

Dentro desta estrada de terra são aproximadamente 6 km até chegar na “Fazenda Pico Paraná”.

Na “Fazenda Pico Paraná” há uma pequena infra-estrutura para atender os montanhistas que vão ao local.


Nossa Aventura

Nesse último sábado (06/06/09), nos encontramos no local pré-determinado, o Hospital Vita na BR-116. Estávamos eu, Emmanuel, João Paulo, Guta, Japa, Jean e Matheus. As 7:30 hs partimos em direção a Fazenda Pico Paraná.

As 8:00 hs chegamos na fazenda e após alguns minutos de conversas, um pouco de alongamento, finalizar os preparativos nas mochilas e mostrar o local para o pessoal, iniciamos a subida do Morro do Getúlio por volta das 9:10 hs.

No começo foi bem tranquilo, sempre comigo e o Emmanuel no final da fila, pois o ritmo dos garotos era bem acelerado e minha mochila estava com imperdoáveis 32 Kg (preciso urgentemente rever a logística de minha mochila).

Descanço no Mirante

Prosseguimos até o cume do Getúlio, onde fizemos um pequeno lanche e uma pausa um pouco mais prolongada para descançar os músculos.

Pedra do Grito - Cume do Getúlio

As 11:30 hs saímos em direção a trilha do Pico Paraná.

Passamos pelo rio seco, que faz a bifurcação trilha do Caratuva (à esquerda) - Trilha do Pico Paraná (à direita). Seguimos em direção a bica, parada obrigatória para pegar água e descançar mais um pouco. Encontramos outros montanhistas no local, onde trocamos experiências e curtimos um animado papo enquanto descansávamos.

As 13:00 hs seguimos em direção a trilha do Pico Paraná tentando encontrar a bifurcação do Itapiroca. Após 35 minutos, encontramos a bifurcação Itapiroca (à direita) - Pico Paraná (à esquerda).

Bifurcação Trilha do Pico Paraná (à esquerda) - Trilha do Itapiroca (à direita)

Iniciamos a subida do Itapiroca entre raízes e bambus, sempre fazendo uma pausinha quando as pernas e costas reclamavam.

As 14:30 hs, bem no final da trilha, após sairmos do mato fechado e entrarmos entre as Caratuvas, tivemos uma imagem que não sairá mais de nossa mente, o imponente Pico Paraná bem na nossa frente, com seus 1880 metros... Conseguíamos ver ele todo, com seus cumes e o paredão imenso parecendo nos dar as boas vindas ao cume do Itapiroca.

Pico Paraná Visto do Itapiroca

As 14:45 hs, estávamos no primeiro cume do Itapiroca, desarrumando as mochilas e escolhendo o local para o acampamento.

João Paulo, Emmanuel, Jean, Matheus, Guta, Japa e LC

Barracas Montadas

Após as barracas montadas e as mochilas acomodadas, fomos em direção ao falso cume, onde fica a caixa de cume, onde assinamos essa mais nova conquista.

Assinando o Livro de Cume do Itapiroca

Pouco depois, numa caminhada de não mais que 5 minutos, atingimos o cume verdadeiro do Morro Itapiroca, com mais uma conquista das montanhas da Serra do Itibiraquire.

Dali, nós avistávamos o Pico Paraná, a oeste a represa do Capivari, ao norte o Pico Caratuva, e na porção Sul/Sudeste/Sudoeste destacam-se o Tucum, Camapuã, Cerro Verde e ao longe o imponente Ciririca com suas duas placas que se tornam reluzentes ao sol do amanhecer.

Cume do Morro Itapiroca

Aguardamos até as 17:34 hs, onde pudemos contemplar um dos mais lindos por do sol que já vimos, com sua variedade de cores e tons, fazendo com que o horizonte se tornasse quase um quadro, dada a beleza do espetáculo.

Por do Sol no Cume do Itapiroca

Com os últimos raios de sol, voltamos ao nosso acampamento, para uma ótima e divertida conversa e preparo de nossa refeição.

Ficamos por horas contemplando a visão do Pico Paraná em nossa frente, com um mar de nuvens logo abaixo de nós, causando uma sensação de estarmos mais alto ainda.

A temperatura marcava por volta de 2 graus positivos as 21 hs, quando o mar de nuvens começou a deslocar-se com mais velocidade em direção ao cume do Itapiroca. Aos poucos, a visão do Pico Paraná, Caratuva e Ciririca foi diminuindo, diminuindo, diminuindo, até que, as 21:30 hs desapareceu completamente e uma nuvem muito densa, fria e úmida nos envolveu completamente. A sensação térmica caiu rapidamente, chegando a ficar de aproximadamente -5 ou - 6 graus.

Sem visual, com frio e começando a nos molhar, entramos em nossas barracas para uma merecida noite de descanso.

As 2 hs, acordei com muito frio, pois eu estava fora do isolante térmico e com isso a temperatura do corpo despencou. O Emmanuel, Jean, João Paulo e o Guta já estavam acordados, pois estavam com alguns problemas na barraca do Guta, ficando impossível ele dormir assim. Algum tempo depois, problema resolvido e todos voltaram para suas camas. Menos eu, que ainda estava com frio e resolvi dar uma volta pelo cume para aquecer um pouco. Uma hora depois, já devidamente aquecido, voltei para minha barraca e tentei dormir, com 3 calças, 3 blusas, 2 meias, saco de dormir, coberta e isolante térmico. Acho que consegui dormir umas 3 horas na noite...

Neblina à Noite

Logo de manhã, as 6 hs, meu celular tocou nos despertando. Ouvi vozes fora das barracas onde o pessoal reclamava que a neblina não tinha dispersado e não era possível ver o nascer do sol. Nem coloquei a cabeça para fora de minha barraca, apenas me ajeitei e fiquei até as 8 hs tentando dormir mais um pouco.

8:30 hs nós fizemos um café para animar o pessoal para a descida.

Emmanuel e Matheus Preparando o Café

As 10 hs, desmontamos as barracas, arrumamos nossas mochilas e iniciamos a descida. Os garotos, como sempre, bem a nossa frente e eu e o Emmanuel num ritmo bem tranquilo. Fizemos diversar mini-paradas para descançar e 3 paradas mais longas, na Bica, na Pedra do Grito e no Retiro (bem no meio do Morro do Getúlio).

Muita conversa sobre vários assuntos mas um em especial, livros de ficção científica! Uma grande paixão minha e que descobri ser também do Emmanuel. Trocamos alguns pareceres sobre diversos livros e fizemos indicações mutuas para próximas leituras.

As 14:45 hs estávamos novamente na Fazenda Pico Paraná. Cansados, com dor nas pernas e costas, mas muito contentes com a nova conquista.

As 15 hs, voltamos para Curitiba, com a promessa de logo logo estarmos de volta a um dos recantos mais bonitos do Brasil, para novas conquistas, aventuras, amizade e desafios.

O próximo desafio será o Morro Araçatuba, daqui a 3 semanas, mas essa é uma história que contarei mais para frente...

Para finalizar, a foto abaixo demonstra o quanto valeu a pena essa nossa aventura:

Anoitecendo no Itapiroca - Visão Pico Paraná

Para ver todas as fotos desse aventura, acesse:

http://picasaweb.google.com/theossi2/CumeDoMorroItapiroca#

Grande abraço,
LC Theossi

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Morro do Canal - Terceira Vez

LC no Cume do Morro do Canal

Nesse domingo, resolvi subir novamente o Morro do Canal. Como não tinha alguém para ir junto comigo, fui sozinho mesmo, já que a Marina ainda não está recuperada da torção no tornozelo esquerdo que sofreu no caminho para o Morro Caratuva.

Então, levantei as 8:00 hs e preparei as coisas para iniciar a escalada.

Estreiei a nova mochila de ataque, uma da Trilhas & Rumos de 21 litros que compramos. Dentro dela tinha 1 garrafa de 750 ml de água, um kit de primeiros socorros, uma blusa e um pacote de bolachas que voltou intacto.

Sai de casa por volta das 8:30 hs e parti rumo a BR-277. Como está em reforma a saída para a BR, tive que utilizar um desvio o que me atrasou em uns 15 minutos.

Segui até o pedágio da BR-277 e um pouco antes dele fiz o retorno. Uns 500 metros à frente entrei a direita e segui em direção a Chácara do Sr. Zezinho que é o ponto inicial da subida do Morro do Canal.

Cheguei lá as 9:15 hs. Conversei com alguns conhecidos (e desconhecidos também), fiz um pouco de alongamento e decidi iniciar a subida.

Eram exatamente 10 hs da manhã e, depois de muito tempo, mais precisamente 12 anos, eu estava novamente caminhando sozinho, sem ninguém ao lado.

Início da Trilha

É uma sensação diferente, mas bem longe de ser chato. Contemplar a natureza e encarar a difícil subida sem ninguém ao lado é bem legal.

Portanto, se você está afim de passar um tempo com a natureza e não tem um companheiro, go ahead!

O início da escalada é bem puxado e tentei me poupar um pouco, pois com essa gripe em que estou e o nariz trancado, fica mais difícil, principalmente quando você só consegue respirar pela boca, aumentando assim o cansaço.

Fiz uma pequena parada na segunda escadaria para contemplar o visual. Estava um pouco frio, mas o tempo ajudava bastante quase sem nuvens.

Escadaria no Início da Trilha

Continuei a escalada por mais uns 25 minutos até fazer a segunda parada, na gruta que fica bem próximo ao cume. Tomei um pouco de água e encontrei uma garota que estava descendo.

Conversamos por alguns segundos e ela me disse que estava muito frio e ventando lá em cima.

Escalada Perto do Cume

Prossegui a subida e logo avistei o cume do Canal.

Percebi também que havia algumas pessoas no cume do Morro do Vigia, que fica próximo dali, pelo barulho que estavam fazendo. Acho que era uma turma bem grande.

Cume do Morro do Canal - Quase Lá

As 11:00 hs precisamente eu tinha atingido o cume do Morro do Canal pela terceira vez e pela primeira sozinho.

Terceira Conquista - Cume Morro do Canal

Fui até a borda e me sentei atrás de uma pedra para me proteger do vento e contemplar o maravilhoso visual.

Visual do Cume do Morro do Canal

Para o lado de Curitiba, a vista estava linda, com o céu totalmente aberto e com uma visão maravilhosa.

Já para o lado das praias, não dava para ver praticamente nada devido a forte neblina.

Neblina para o Lado das Praias

Fui até a parte detrás do cume quando percebo uma nuvem não muito larga, mas muito densa se aproximando rapidamente do morro.

A nuvem bateu um pouco abaixo do cume e subiu formando uma cachoeira invertida. Um espetáculo que poucas vezes vi mais bonito. Simplesmente inesquecível.

Por volta das 11:40 hs, vejo duas pessoas logo abaixo, se aproximando do cume.

Emanuel e Matheus Chegando no Cume

Resolvi esperá-los antes de descer para conversarmos um pouco.

Emanuel e Matheus chegaram até mim e iniciamos um animado papo sobre escaladas, morros e pontos a se conhecer. Trocamos e-mail e telefone e já deixamos combinado duas aventuras: Morro Araçatuba (com Emanuel como guia) e Pico Paraná (esse eu serei o guia).

Mais 5 minutos de agradável conversa e eles partiram para fazer a travessia, que inclui o Morro Pedra Amarela e o Morro do Vigia (como descrevo em um dos posts anteriores mais abaixo).

Iniciei a descida as 12:30 hs.

A Descida

Devagar e com muito cuidado, pois sozinho qualquer contusão pode ser muito problemática, fui descendo e curtindo muito a natureza, com suas cores e cheiros diferentes do que estamos acostumados.

40 minutos depois, as 13:10 hs estava de volta a Chácara.

Final da Trilha

Feliz e realizado pela nova conquista, em nenhum momento me arrependi de ter subido sozinho. A sensação de dever cumprido e prazer por conseguir é realmente muito boa.

Para finalizar, o meu conselho para quem quer caminhar e escalar por aí sozinho:

Vá sim!!! Independente da experiência, vá!

Claro que todo cuidado é pouco e roupas, calçados e mochila adequados (além dos primeiros socorros) são essenciais, mas não deixe de curtir apenas por não ter com quem ir junto.

Vá e encontre-se com você mesmo, medite um pouco, contemple o visual e agradeça por ter o prazer de poder ter chegado a um objetivo seu. Esse é o maior dos prêmios.

LC - Terceira Conquista - Cume Morro do Canal

Ótima semana a todos e no próximo sábado, devo subir ao Morro Araçatuba e claro, relatarei aqui como de costume.

Mais fotos dessa aventura em:

http://picasaweb.google.com/theossi2/TerceiraVezMorroDoCanal#


Grande abraço,

Luis Cláudio D. Theossi
" Os poderosos podem matar uma, duas ou até três rosas, mas jamais poderão deter a primavera!!!"

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Escalada ao Morro Caratuva (ou quase...)

Bem pessoal, continuando com as caminhadas pelo Paraná, nesse último final de semana (18 e 19 de abril) atacamos o Morro do Caratuva, o segundo maior Pico do sul do Brasil, com 1850 metros de altitude.

Primeiro vou falar um pouco sobre esse lindo Pico do Sul do Brasil:

Morro Caratuva

Um passeio que vale a pena pelo visual e pela agradável caminhada por um dos trechos mais bonitos e preservados de mata atlântica no Brasil.

O Caratuva é a segunda maior montanha em altitude da região sul do Brasil, com 1850 metros.

A vegetação é composta em quase sua totalidade em Floresta Ombrófila Densa Montana e Alto-montana e de refúgios ecológicos.

Diferencia-se das outras montanhas próximas pela presença das antenas de rádio amador em seu cume, as quais podem ser vistas de longe.

A subida ao cume leva em torno de 3 horas, atravessando paisagens de rara beleza dentro da Floresta Atlântica, passando por rios, bromélias e caraguatás.

No seu cume a vegetação característica da região é a Caratuva, uma espécie de bambu anão de altitude e que batiza a montanha.

Uma planta agradável ao toque e de rara beleza.

Caratuvas

Do alto é possível avistar ao Leste o conjunto Ibeteruçu aonde localiza-se o Pico Paraná, litoral paranaense, principalmente a baía de Antonina. A Oeste, a represa do Capivari. Ao Norte, o Taipabuçu e o Ferraria. E na porção Sul / Sudeste / Sudoeste destacam-se o Itapiroca em primeiro plano, a seguir o Tucum e Camapuam e ao longe o imponente Ciririca.

Pico Paraná

Morro Ciririca

Baía de Antonina

Morro Itapiroca

Mais ao longe se avistam as montanhas das serras da Graciosa, Baitaca e do Marumbi.

A caixa de registros se encontra atrelada à segunda antena de Rádio Amador.

Sempre é bom lembrar que a área é caracterizada como área de preservação permanente .

Assim, todo o cuidado é pouco.

E lembre-se de seguir todas as regras de visitação de mínimo impacto.

Outro aviso importante é com relação às lanternas!

Como a maioria dos "acidentes" é causada direta ou indiretamente pela falta delas, é proibida a entrada na Fazenda Pico Paraná, de qualquer visitante que não esteja com sua própria lanterna e apito.

Vale a pena uma atenção redobrada, hein!


Agora Nossa Aventura:

Partimos de Curitiba as 6:30 hs em direção a Fazenda Pico Paraná pela BR-116.

Após o trevo do Atuba em Curitiba, são exatos 40 Km até o posto Tio Doca, que é avistado na BR-116 do lado esquerdo.

Passando o posto Tio Doca, loga a frente tem a ponte do Rio Tucum, no qual deve-se entrar a direita (antes da ponte) e seguir por uma estrada de chão batido por 5,5 Km.

Pronto, chegamos a Fazenda Pico Paraná.

Fazenda Pico Paraná


Após um breve período para preparativos, alongamento, fazer o cadastro e pagar as taxas da fazenda (R$ 10,00 por pessoa, no horário entre 7:00 e 20 hs, após as 20:00 e antes das 7:00 hs o valor é de R$ 15,00) iniciamos a subida do Morro Getúlio as 8:00 hs.

O Morro Getúlio é tem uma inclinação um pouco pesada e é considerado de nível médio para os praticantes, embora nós que não estamos com a forma física ideal achamos ele bem difícil e que exige demais das pernas.

Trilha do Morro Getúlio

Após 1,5 horas atingimos o pico do Morro Getúlio. Uma breve pausa para fotos e água e partimos a trilha do Caratuva.

Aí começaram nossos problemas...

Primeiro, por informações erradas de alguns companheiros que trabalham comigo e conheciam o local, estavámos com as mochilas carregadas de água, pois próximo ao cume do Caratuva não existe água... as costas estavam doendo e o cansaço estava batendo mais rápido que o esperado.

Chegando a bifurcação entre as trilhas do Caratuva e do Pico Paraná, decidimos que não atacássemos o Caratuva de frente, pegando a trilha mais utilizada para subir por ser um pouco pesada, então partimos em direção ao acampamento 1 para tentar subir o Caratuva por lá, onde a subida é um pouco mais leve.

Subida para o Caratuva de Frente

Já cansados e não conhecendo os arredores, seguimos em frente, pois com todo aquele peso seria mais fácil uma subida mais leve do que encarar de frente o cume do Caratuva.

Bifurcação - Trilha para o Caratuva - Pico Paraná

Um grande erro de estratégia...

A 10 minutos dali nos deparamos com uma bica com águas extremamente geladas e limpa... e pensar que estávamos carregando todo aquele peso até ali sem necessidade. Na volta ao trabalho vou conversar com os colegas sabichões que me deram essas dicas... :-)

Bica de Água

Seguimos em frente em um sobe e desce morros, com suas raízes a mostra e umas pequenas escaladas, numa trilha muito bonita e agradável de se caminhar, pela conservação e diversidade ecológica.

Trilha para o Pico Paraná

Exatamente ao meio dia chegávamos ao acampamento 1, que é muito utilizado pelos montanhistas para uma rápida parada ou até uma primeira pernoite.

Lugar maravilhoso, com visão privilegiada para o Pico Paraná, Morro Caratuva, Ciririca e a Baía de Antonina.

Vista do Acampamento 1 - Morro Ciririca

Vista do Acampamento 1 - Baia de Antonina

A partir dali estávamos apenas eu e a Marina, pois o Ale e a Gabriela precisavam voltar para Curitiba, pois ele ainda trabalharia à noite.

o Ale nos mostrou com a maior boa vontade onde ficava a trilha para o Caratuva deixando inclusive algumas marcas para seguirmos e partiu de volta com a Gabriela...

Aí começaram nossos problemas...

Descansamos alguns minutos e iniciamos o ataque para o Caratuva.

Primeiro precisaríamos subir um morro menor, o qual batizei de morro do inferno, por não saber o nome e por ser extremamente difícil sua subida.

Morro do Inferno

Mochila pesada, abrindo caminho por meio das caratuvas no peito e uma subida de tirar o fôlego.

30 minutos depois, quase no cume do morro do inferno, nos deparamos com uma grande pedra com uma corda para a subida.

Tentamos escalá-la mas foi impossível. Tudo muito liso, sem pontos de apoio e cansaço extremo...

A solução seria descer...

Voltamos abrindo caminho por entre as Caratuvas novamente e decidimos ficar no acampamento 1 mesmo.

LC no Acampamento 1

Conversamos com alguns montanhistas de passagem que disseram que esse caminho que havíamos tentado é mais utilizado para descida e a subida é feita pela bifurcação antes da bica, conforme o Ale havia dito.

Arrumamos as coisas para o jantar e veio a noite.

De jantar, um delicioso gnochi ao molho bolonhesa com suco de uva.

Gnochi entre as Montanhas

Mais tarde, um outro montanhista, o Paulo, juntou-se a nós trazendo uma garrafa de vinho Periquita, que caiu muito bem.

Paulo e LC no Acampamento 1

Uma noite fria, por volta de 5 graus e com muito vento.

Mesmo dentro da barraca, dentro do saco de dormir, estava um pouco frio.

Era impossível dormir mais de 20 minutos seguidos, pois não levamos isolante térmico e as costas congelavam. Ficavamos virando de lado, de bruço, de lado de novo a cada 15 minutos, torcendo para amanhecer logo.

7 horas da manhã levantamos, tomamos o café e resolvemos arrumar as coisas para a volta.

LC com o Pico Paraná ao Fundo

9:30 hs, após ver o maravilhoso nascer do sol, olhar para o Caratuva com um pequeno sentimento de frustração, partimos de volta pela trilha.

LC e o Morro Caratuva, ao Fundo - Até Dia 01 de Maio

A trilha foi bem tranquila e após 1,5 horas estávamos novamente na bica.

Marina na Bica

Comemos um lanche rápido e algumas bolachas e seguimos para o Getúlio.

Bem no cume do Getúlio que foi nosso maior problema, a Marina torceu o pé bem ao lado da pedra do Grito e seu tornozelo virou uma bola.

Pedra do Grito - Cume do Getúlio


Algumas lágrimas depois, eu fiz uma atadura, passei Gelol e dei a ela um relaxante muscular. Fizemos um par de muletas de galhos de árvores e tentamos iniciar a descida do Getúlio.

Marina e suas Muletas de Galhos

Algumas pessoas estavam na pedra do Grito e ofereceram ajuda, mas eles estavam indo em direção ao Pico Paraná e não descendo de volta, por isso iniciamos lentamente a descida do Getúlio.

A Marina ia descendo passo após passo, evitando encostar o pé esquerdo ao chão e eu ia na frente, sendo utilizado como escora as vezes e outras vezes tentando descrever o caminho e qual o cuidado que ela deveria tomar.

Marina e o Sofrimento da Descida

Após quase 3 horas (o que normalmente gasta-se no máximo 1 hora), muitas paradas e gemidos, chegávamos novamente a Fazenda Pico Paraná.

Exaustos, com dores nos pés, nas costas e em músculos que nem sabíamos que existiam, sentamos no gramado e tomamos muita água diretamente da fonte que existe lá.

Após todo esse sacrifício, dores e infelizmente essa contusão da Marina, só tínhamos uma grande certeza:

"Isso não vai ficar assim! Dessa vez o Caratuva nos venceu, mas no dia 1 de maio estaremos aqui de novo, pois perdemos a batalha, mas estamos longe de perder a guerra!"

LC e o Morro Caratuva

E para finalizar, Caratuva, nos aguarde, que dia primeiro de maio estaremos em seu cume nos divertindo com essa história e lembrando o quanto é maravilhoso estar em contato com a natureza, viver em harmonia, superando seus obstáculos e vendo o mais lindo por do sol do sul do país..."


Video do Acampamento 1 (Pico Paraná, Baía de Antonina, Morro Ciririca, Morro Itapiroca e Morro Caratuva):



Se quiserem ver as fotos dessa aventura, entre em:

http://picasaweb.google.com/theossi2/MorroCaratuvaPicoParanaCiriricaBaiaDeAntoninaEItapiroca#

Grande abraço e até dia 01/04/09.
LC

Dúvidas, dicas ou sugestões, estejam à vontade para contactar-me:
theossi@gmail.com